Sunday, November 16, 2008

Senóides

Engraçado: já há algum tempo nao escrevia aqui. Achava sinceramente que seguindo a lógica descrita alguns posts atrás de calar, ao invés de falar, era algo que nao me fazia a menor falta. Felizmente, nao poderia estar mais errado. Tal e como (creio haver) descrito no enunciado deste blog, nao escrevo nada aqui com nenhum tipo de pretensao. Paralelamente, a isso, uma vez escritos, estes textos deixam de pertencer-me e ganham vida própria. Sao vestígios de distintos 'Eu's ao longo do tempo.

Numa dessas conversas tipicamente propiciadas pela internet, a meio da noite e rompendo barreiras horárias, paralelos, e etc. e talz, fui levado, por um (grande) amigo, a reler alguns dos meus textos anteriores. Até aí, nada de mais. Boa foi a surpresa de ao ler o último texto postado, datado do início deste ano, dar-me conta que parecia haver sido escrito por outra pessoa. Um outro eu, que pode ajudar-me hoje, a entender melhor o meu presente. Dei-me conta nao só de outro enorme potencial desta ferramenta, mas de que ironicamente, encontro-me numa situaçao exactamente inversa à descrita no texto em causa!

Embora isto pudesse levar-me a um estado de desespero, o efeito que me proporciona, esse também, é oposto ao que seria de esperar. Concluo entao que mais ou menos da mesma maneira que palavras sinónimas nao necessariamente significam o mesmo, apresentando matizes e sentidos específicos a um dado contexto; nao é que a história seja exactamente cíclica, fazendo com que a cada determinado espaço temporal eu me encontre novamente no mesmo ponto - e provavelmente, cometendo os mesmos erros de sempre -, é como um continuum, onde a cada subida ou descida do gráfico (senoidal), corresponder-me-ia uma segunda (e terceira,...) oportunidade de mudança.

Aí está o dilema de perceber o momento, reunir a informaçao disponível, formular hipóteses e variáveis e provar algo distinto. A ver que passa...