Tuesday, November 21, 2006

Catarse e ano-novo

Será o ano-novo ou será o Natal? Talvez nem um nem outro, mas sim o inverno. Não sei.

Curioso como por mais que pense por vezes estar desconectado do mundo, sou vítima de um dos estigmas mais frequentes nesta época do ano: a depressão. A ver, assumo-o por via das dúvidas, e também por assignar à sensação angustiante que sinto um tom passageiro e relativizante.

O mês de Novembro ainda nem acabou e, seguindo o timing capitalista de vendas - que sem importar-se com a temperatura ou a estação (seja em que hemisfério - pois as estações são cada vez mais dispersas e parecem-se a verões esquizofrênicos) sacou árvores e decoração de natal às ruas mal acabava Outubro - começo a fazer o balanço do ano que se acaba, 40 dias antes disso (não comecei hoje!).

A frase que serve de ponto de partida pro balanço é a seguinte "se eu morresse amanhã, teria feito alguma diferença neste mundo?". A julgar além do balanço que [felizmente] poderia ser feito por familiares e amigos, a resposta seria "não".

Sim, várias experiências, sensações vividas("emoções" diria Roberto Carlos), mas nenhuma árvore plantada (quiçás sim, na infância!), nenhuma casa, jardim, filho(a)ou livro. Nada!

Longe do espírito derrotista, aliás, todo o oposto(!), espero que em nove dias, ao encerrar laboralmente este ano, chegue à conclusão que 2006 tratou-se um ano de muito trabalho, e que o seu saldo seja positivo, ao menos neste aspecto; já que por todo o demais, até o momento resume-se a uma busca constante que não encontrou destino e que a meio do caminho(?) perdeu o seu curso e motivação.

Que em 2007, o meu maior inimigo, a inércia, seja vencido rotundamente, por mim mesmo!

O ar que há meses respiro é pesado, quase intragável de tão viciado. Ainda assim, forço o olhar ao horizonte e penso que se a onda teima em não vir, hei-de dar-lhe uma mãozinha.